quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Crónica universal : TINTIN VOLTOU




Li, em francês, as aventuras de Tintim, em álbuns que algum dos meus irmãos terá a seu cargo, comprados pelo meu Pai, naquele esforço humanístico, continuado com o "Axterix", de aprendermos francês.
Comprei, numa das minhas idas a Bruxelas, o famoso primeiro álbum, até em versão portuguesa, "TinTim no país dos sovietes". Tremendamente reaccionário, claro.
Já conhecia, da infância, a "Ilha Negra", "Tintin no Tibete", "O Segredo da Licorne", "Tintin no Congo", "TinTIn na América"etc, foram obras da minha infância.
Daí que, na vida actual, encontre muitos "Dupont e Dupont", muitas Castafiore, muitos magníficos Capitão Haddock. E outros, que cada aventura revelava sempre com a assinatura de Hergé (ou melhor, RG).
TinTim voltou, com Spielberg, em 3D.
Vi os velhos filmes dos anos 60, no Cinema, ou a velha série que o Canal 2 foi passando, recentemente, a preto e branco. Tal como fez com o mais difícil Corto Maltese.
Ver (E VOU VER) TinTim de novo, no Cinema e em 3 D significa que, no mundo, ainda há lugar para um jovem repórter que acredita que o Mundo se muda; acolitado por tudo o que é mais desaconselhável, ou seja, pelo ébrio Capitão Haddock, pelos detectives falhados Dupond e Dupond, pelo cientista louco louco Professor Tornesol, pela balsaquiana diva e "sex symbol" frustrada, Castafiore.
É que, afnal, é com todos esses "vencidos da vida", que o novo Mundo surge. Desde que haja um TinTim que os anime e congregue.
Felizmente, começou a chover aqui onde vivo. E, por isso, vesti a minha gabardina tipo TinTim,; coloquei a minha boina, velha de 27 anos, como ele usava nos primeiros álbuns. Calças de golfe é que não uso e também não me faço acompanhar por canídeos. E para o penteado, já não há cabelo...; a minha luta é como a do TinTim, com os deserdados da vida a meu lado.
Ainda há Heróis, não violentos, que nos fazem acreditar na bondade do Mundo, construído com estes.
Eu preciso disso, hoje.
Por isso, logo que possa lá irei ver o TinTim. No Cinema e em 3D!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Crónica de Avis (VI) : Quando temos a morte na Alma


Ontem, "fui ao tapete".
Curiosamente, não porque bebi demasiado. Quem me dera !
Senti, sim, o poder do "mando" de quem diz que não e se refugia em argumentos vazios.

Daqueles que se esquecem de quem, com eles negociou algo.
De coisas que, em Janeiro de 2012, finais do mês, lhes servirá e permitirá um ganho "limpo" (ou seja, uma imputação/ um financiamento) de mais de 22 mil euros de salários, e agora dizem que que por as mesmas razões financeiras, não vão buscar financiamentos iguais, para os anos seguintes. Coisas de "amanuenses" a quem deram poder, que o encaram como nos "tempos sociais" do Estado Novo.

É triste : estou a falar de uma poderossíma IPSS de âmbito Diocesano. De raiz cristã.
Aqui entram outras histórias muito antigas como :
- De quem ia a colóquios, congressos e seminários , esperando saber como obter financiamento para um simples fogão, mas que agora já vê um pouco mais alem;
- De quem devia ter orgulho de em 2010/2011, ter dado formação a mais e 350 pessoas ( algumas de IPSS); que hoje se esqueceu disso e que diz que, por razoes financeiras, não o torna a fazer, mas nunca, de facto, teve orgulho no fazer DISSO.
- Tenho de esclarecer : estamos perante uma Entidade que garantiu mais de 11 115 horas de formação, perante públicos altamente desfavorecidos e com sucesso, por exemplo, num Concelho, como Avis, onde algumas coisas tinham de acontecer (e, por via da formação, aí vem um Banco de Voluntariado e uma Universidade Sénior).
Estamos perante uma entidade que, actuou no Alentejo ( Distritos de Évora e Portalegre), em sítios onde NINGUÉM ia fazer formação para a cidadania e vida comunitária, ou seja, os meios mais recônditos (Ciborro, Boa-Fé, Giesteira, Azaruja, Avis, Ervedal, Fronteira).

Que aceitou o "namoro" de uma grande entidade formadora que depois, "roeu a corda".

Mas sobreviveu. Aí teve coragem.

Hoje faltou-lhe isso, mesmo com "cadastro limpo"
E por isso , dizem que não se candidatam a mais a co-financiamentos para formação. Ou seja, a intervenção capacitadora para uma presença cidadã ou para uma acção social com mais qualidade, EMBORA COM FINANCIAMENTOS DISPONÍVEIS, não vai acontecer porque o "amanuense" que tem o "mando" disse que não quer. Isso mesmo, não se candidatam a mais. Podendo fazê-lo e, assim, servir as populações, mormente os últimos dos últimos, aqueles que ninguém "forma". Passos Coelho, afinal, tem seguidores, na saloia sanha contra a despesa...
Mas afinal, tudo isso pode morrer. Por decisão que quem faz contas ao "Clips", ao "papo seco", ao "cu" limpo ao idoso, mas não percebe que existe algo mais : fazer das gentes pessoas.

Fica a "caridadezinha". Consentânea com o Governo "pacóvio" que temos.

Hoje, eu pago o preço de ter sido protagonista da aventura onde quis dizer o contrário. E parecia que estavam a gostar. Até que veio o MEDO !

A dita Instituição acha, como disse, que não quer continuar. Fica na mesma, não arrisca. Logo, não precisa de mim.

Deixa, "orfãos" formandos em Ciborro, Boa-Fé, Giesteira, Azaruja, Fronteira, Avis, Ervedal, que, de tão habituados a ter as nossas sessões quase quotidianas, vão estranhar ela já não acontecer.
Deixa a falar sozinhos os promotores da Universidade Senior de Avis ou do seu Banco de Voluntariado.

Mas mostra estar á altura de quem governa o País: TEM MEDO DE ACREDITAR QUE HÁ MAIS VIDA, PARA ALEM DO ORÇAMENTO:

Hoje, essa Instituição (ou o "amanuense" feito decisor), não quer mais.
Percebo. Ele não percebe de tal.que eu percebo o seu MEDO.

Nem o PS conseguiu criar um sistema credível de financiamento para a ECONOMIA SOCIAL, por oposição dos actuais governantes. Não seria eu a confessos "amanuenses"
Resta saber o que sobra do Estado Social, perante acto destes, Pior, o que restará de um discurso dominante "caritativo" sobre o mesmo. Que, neste exemplo, saiu vitorioso.

Como aquele que eu hoje vivi, na minha pele: "Foste bom, vai-te embora e cura-te" (mas isto disse Stº Agostinho há quase mil anos).

Fico por aqui, pois a dor é muita. Estou farto de ir embora e "curar-me".

Aliás, sinto que estou a perder a última grande aposta da minha vida. Por culpa de "gente com medo", não com "responsabilidade".
Por isso, fiz a escolha definitiva de, enquanto tiver alma e vontade de lutar e enquanto sentir que aquela população me estima, continuarei o trabalho social em Avis. Mesmo que só como voluntário.
Nenhum iluminado "amanuense" feito "mandador" mata este trabalho.