terça-feira, 26 de julho de 2011

Crónicas do Marco (IV) - Mais uma modernice de Manuel Moreira : convocar para reuniões através de notificação pela GNR !




Que se cuidem os Vereadores, Deputados Municipais, Autarcas de Freguesia, representantes locais de serviços da Administração Central !
A Câmara de Manel Moreira inaugurou uma nova prática, a convocatória para reuniões, através de notificação pessoal, no respectivo serviço ou residência, mas entregue pela GNR (isso mesmo, a Guarda Nacional Republicana) !!!



Seria anedótico se não fosse gravíssimo!


A história, repito, revoltante e lamentável, aconteceu ente 6ª feira e 2ª feira; omito os nomes dos envolvidos e dos serviços em causa; não porque tenha medo : irei, em breve, responder em Tribunal por algo que escrevi neste blog. Mas quero poupar outros a tais trabalhos.



Então foi assim:
Uma das "seguidoras de Manuel Moreira", com suposta responsabilidades de chefia de serviços, na Câmara do Marco, também coordenadora de um dos muito úteis foruns inter-institucionais (que serviriam para resolver problemas sociais, se não fossem "altares" para as "missas" ou loas a M. Moreira), convoca, uma técnica de um serviço da Administração Central, no Marco, para uma reunião. Esta técnica, convocada sobre a hora (recebe a convocatória de manhã para uma reunião á tarde) informou, por escrito(a dita "seguidora" parece que não recebe telefonemas, pois deve ter "categoria" a mais para tal), não estar disponível, pois tinha atendimentos marcados para utentes do seu serviço, que já não podia desmarcar.
A "seguidora de Manuel Moreira" não faz a coisa por menos : no dia útil seguinte, o piquete da GNR apresenta-se nesse serviço da Administração Central, no Marco, para, por ordem dessa "seguidora (logo, por lógica hierárquica, de Manuel Moreira, senão tal terá sido um abuso, a punir disciplinarmente), notificar a técnica desse serviço para comparecer em nova reunião !
Pasme-se : é verdade documentada !!! E em documento timbrado ! Uma pessoa é convocada para uma reunião, repito, UMA REUNIÃO, através de notificação, no seu serviço, pela GNR!!!
A douta "seguidora de Manuel Moreira" desconhece que existe um forma, talvez arqueológica, chamada "carta registada com aviso de recepção"! Ou outra, talvez tecnicamente demasiado evoluída, chamada "mail com prova de leitura" !
Mais: no uso ou abuso das suas funções, a dita "seguidora de Manuel Moreira" tem a ousadia (e quiçá o abuso) de pedir, por escrito, ao dirigente regional desse serviço da Administração Central que apure e comprove as razões da ausência dessa técnica na reunião !

Inagurou-se uma prática que nem Ferreira Torres se tinha atrevido a (ab)usar : convocar para reuniões através da GNR.

Comentei o facto com responsáveis, noutras Câmaras, do mesmo forum a que a "seguidora de Manuel Moreira" parece presidir, no nosso Concelho : riram-se, como é lógico...; até me disseram para informar os orgãos de comunicação nacionais. Mas fico por este post. Não será por mim que o País saberá que o Marco continua a ser exemplo deste tipo de dislates.
É este o governo local que temos : fomentador de incompetência (veja-se esta "seguidora", já com muitos anos de casa, que preside e coordena tudo o que existe na área social, com os não resultados existentes), prepotente, abusador, desrespeitador da dignidade das pessoas. Repare-se, o piquete da GNR irrompe num serviço para notificar uma técnica; a técnica estava a fazer atendimento numa freguesia, logo não estava lá. Perpassa a dúvida em quem assistiu: vinha ser notificada de quê ???
Mas este modo de governar, localmente, tem um rosto : Manuel Moreira.
Isto porque permite estes dislates e abusos, em papel timbrado ou provenientes de endereços electrónicos de serviços municipais ou aos quais o município preside.
Manuel Moreira está em queda livre e "parte" tudo onde vai batendo, na sua queda.
A não ser que, em definitivo, se demarque deste tipo de actos e tome medidas disciplinares necessárias. E, já agora, peça, no mínimo, desculpa aos abusados.
Guerra Junqueiro escrevia, no século XIX : "É fartar a vilanagem ! Ó Zé [Povinho], pega no lodão e corre com eles á bordoada!".
Hoje há um "lodão" chamado voto.
Que vou usar nas próximas autárquicas, para correr com este tipo de gestão municipal e a sua incompetente e, agora vi, abusadora "entourage".
Senão, com o ódio que existe para com quem pensa, tem ideias, interpela, com legitimidade pessoal e institucional, os "sacros" poderes de Manuel Moreira e seus "seguidores"(como é o caso da técnica agora vilipendidada com esta novel forma de convocatória) , só falta ressuscitar a Inquisição...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Crónicas do Marco (III) - Um eterno, mas sublime, desencanto


Na minha actual "comissão de serviço" no Alentejo, mormente em Avis, tenho, muitas vezes, saudades do Marco. Porque é lá que continuo a viver, onde tenho a minha casa e muitos afectos, alguns construídos desde que comecei a lá ir, em Novembro de 2006.

Não que me faltem causas, valores, objectivos que me preencham, no meu "ermitério" profissinal actual, de Avis: cerca de 70 pessoas, de várias idades e condições, encontraram, em actividades que vulgarmnte têm o substantivo "formação", um novo alento para serem, sobretudo, socialmente activos.
E são ! Vão nascendo, fruto da tal "formação", uma Universidade Sénior, um Banco de Voluntariado, um grupo de teatro amador (com 2 encenações, uma com fantoches, que fará história, aqui), um serviço de guarda de crianças...
E começou-se em Março. Numa instituição de raiz católica que, desde sempre, sabe que eu não posso ser católico. É claro, com uma Câmara que "permite" que isto aconteça, num Município gerido por uma maioria que sabe que eu nem comungo da sua cor política, mas que acolhe, apoia e deixa que façamos o nosso trabalho, que aprecia e, até, elogia.
"I love this game", como era lema da NBA.

Recordo a minha chegada ao Marco; a sobranceria e desprezo com que a Câmara de Manuel Moreira acolheu uma iniciativa de divulgação,em primeira mão, em Novembro de 2007, do QREN e dos seus apoios á acção social : após a sessão de abertura, Manuel Moreira e as suas "seguidoras", talvez por tudo saberem já sobre o tema, foram embora, não assintindo ás comunicações...; detesto quem julga que já sabe tudo , para esconder a sua incompetência !

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

O mesmo Manuel Moreira, teve a ousadia de, na minha ausência, fazer insinuações sobre a minha pessoa, em plenário da Rede Social, em Maio de 2008, e convidado a colocá-las em acta, não o fez...; detesto a arrogância dos cobardes !

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

O mesmo Manuel Moreira Moreira teve a pouca vergonha de comentar, junto de pessoas com quem colabarei, em dislate muito recente, que "ainda bem que ele se foi embora"...;detesto xenófobos, mesmo que educados!

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

Na Regão do Tâmega vivi, também, algo que nunca, com a minha vida e curriculum, alguém me tinha feito : oferecer os meus serviços a uma poderosa associação de desenvolvimento e não ter tido qualquer resposta, nem sequer ter sido convidado para uma entrevista. Perdão! Tive...; mandaram-me um "recado", por terceira pessoa, dizendo que eu tinha competências a mais, que "aquilo" não era bem á minha medida, mas, sobretudo, que eu era muito polémico e Manuel Moreira fazia parte dos Orgãos Sociais...; detesto estatutos de servidão, por mais qualificada que ela seja!

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

No Marco, já militante do PS, porque disse o que pensava, fui segundo suplente na lista para a Assembleia Municipal, nas últimas Autárquicas, nas listas do PS, porque, ao que dizem, sabe-se lá porquê, se eu fosse em lugar elegível, outros recusariam integrar as mesmas listas. Enfim, uma "lepra social" de que serei portador....; acontece que disputo eleições desde 1991, sempre em lugares elegíveis. Detesto democracias servis...

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

Gosto, pois, do Marco : do café "Jocar" do Senhor Felix, do café Central do Senhor Alberto, do café "Pé de Vento" no Edifício Sonae; no mesmo edifício, do "7 ás 7" do Senhor Camilo;do Estádio e do piso sintético onde jogam as camadas jovens; do clube de patinagem; das salas de cinema, mesmo se vazias; dos taxistas em geral; da Alameda e dos seus cafés; de ver ruas com gente, de ver gente no Modelo, nos "Gémeos Ferreira", de ouvir uma rádio deplorável e de ler um jornal sem linha editorial; sobretudo, gosto do Marco porque é um Concelho pelo qual vale a pena combater pela mudança. E porque escolhi esse combate.

Por isso no Marco continuarei.
Mesmo se sinto um enorme desencanto, mas que, próprio de quem ama algo, se sublima.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Crónicas de Avis (V) - A minha capa de toureiro, com 4 anos de idade




Quem me conhece ficará admirado.


Teria eu 4 anos (em 1961)e queria ser toureiro. Isto fruto de uma "garraiada, então, em Mourão, terra do meu Pai. Vi os matadores (vá lá, da 3ª divisão tauromáquica de Espanha) nas festas do Concelho.


A minha Avó Juliana, mãe do meu Pai, fez-me, logo, nesse longínquo ano de 1961, duas capas (ou capotes) tauromáquicos, com o tamanho da minha idade. Muito pequenos (á medida do meu tamanho de então), contudo, muito vermelhos, prenunciando um qualquer futuro...


Dessas Festas de Mourão lembro-me de brincar, precisamente, ás Touradas, com o meu irmão mais velho e com um primo que hoje não sei quem era, no jardim de Mourão.


Ontem, o meu irmão referido, surpreendeu-me com a oferta da minha "capa tauromáquica" desse tempo, 50 anos depois; afinal não estava perdida, estava no vasto armazem de quem tudo guarda, como a minha Mãe fazia.


"À las 5 en puento de la tarde" de ontem, 18 de Julho, recebi, das mãos do meu "mais velho", de novo, a minha capa de aspirante a "matador", que julgava perdida...


Hoje não gosto, por ideologia e coerência, de touradas; mas confesso, que as vejo, sobretudo as que me chegam nos cafés onde a minha itinerância me leva, em canais espanhóis, com "matadores" a sério e touros devidamente maltratados. Sempre me lembro do "capote" que a minha Avó me fez aos meus 4 anos.


Vi, salvo erro, 4ª feira passada, uma das tais Touradas espanholas, na televisão, enquanto jantava, em Évora. Detive-me na poses teatrais dos matadores (bonitas e conseguidas), nas várias técnicas de lidar com o touro (estéticamente relevantes), na exacrável e bárbara acção dos "picadores". Lá me lembrei da minha "capa", de novo.


É bom voltar a ter esta "capa" de então e futuro e nunca concretizado "matador".


Porque não vou esconder esse "terrível erro" de infância : quando todos queriam ser coisas nobres como "bombeiros", eu queria, imagine-se, ser "toureiro/matador"...; hoje, continuo a querer ser aquilo que, por norma, não é correcto querer ser: cidadão com convicções e activo nas sua defesa, vivendo com a dignidade possível, "toureando" as desgraças do meu quotidiano...


Agora, com um "reforço" : o "capote" feito pela Avó Juliana.





Sabe-se lá porquê...










quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crónicas do Marco (II) : Afinal tenho ancestrais marcoenses...




Nunca fiz do local de nascimento ou das raízes familiares um sinónimo de legitimidade na "pertença" a um local.
A minha vida pessoal e profissional sempre me fez chamar "minha" á terra onde, naquele momento, vivo ou que, pela via da acção cidadã, adopto..
Assim tem acontecido com Marco de Canaveses, desde 2007.

Estava, contudo, longe de saber que tinha uma tia-avó marcoense !

De facto, já no fim da sua vida, a minha falecida Mãe dizia-me : "Então está no Marco...; olha que tivémos lá família!". Confesso que atribuia esta afirmação a alguma confusão geográfica, fruto de alguma fragilidade mental derivada do seu estado de saúde. Sabia, contudo, que família do meu Avô materno, mormente os irmãos e irmãs, se tinham espalhado, na sua vida comercial, pelo Norte e Centro do País; o meu Avô chegou, na década de 20 do passado século, a residir no Porto, na Rua de S. Nicolau, tendo, mais tarde, ido para Évora, onde se fixou, em definiivo, como ourives e relojoeiro.

Após o falecimento de minha Mãe, em Novembro de 2009, ao arrumarmos os seus muitos documentos epistolares, descubro, com espanto, o blilhete postal de Natal, que reproduzo acima, datado de 10 de Dezembro de 1941, com um carimbo dos Correios de Marco de Canavezes.
A remetente chamava-se Ilda Simões e indica, como morada "Vila Boa do Bispo, Marco de Canavezes"; as Boas Festas são enviadas à minha Avó materna, Francisca Dias Simões (residente em Évora), que era casada com um irmão da dita Ilda, o meu Avô Vitorino Simões.
Apurei que a essa minha Tia-Avó Ilda casou com um marcoense de Vila Boa do Bispo (cujo nome desconheço, mas de apelido Teixeira)e que emigraram, depois, para o Brasil, onde ainda vivem os seus descendentes; soube, ainda, que a minha Tia-Avó acabou por regressar sózinha ao Concelho do Marco, separada do marido, onde faleceu nos finais dos anos 60 do século XX.

Repito: saber que tenho ancestrais marcoenses em nada acresce o sentir-me, desde que fiz a escolha de o ser, marcoense por opção.
Mas sempre me dá algum conforto, até por ser uma coincidência feliz...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não basta querer ser "Nobre"...




Não me move simpatia especial pelo cidadão Fernando Nobre; sei que faz excelente trabalho na promoção dos cuidados de saúde, junto de quem no Mundo dos pobres, não os tem, e o faz bem.
Fernando Nobre, infelizmente para ele e para a ONG que fundou, foi vítima de uma "atracção fatal" pelo Poder, mesmo se com "boas intensões", talvez, ou seja, pensando que poderia trazer, ao mundo da política nacional, o voluntarismo do trabalho (sublinho) supostamente benévolo.
Não só tomou as atitudes erradas nos tempos ainda mais errados, como permtiu que algumas situações,mesmo que teórica e técnicamente defensáveis, como ter inúmeros familiares com cargos na AMI, lançassem a suspeição sobre o carácter meramente "benévolo" dessa entidade. Que, logo, "et pour cause", se desacreditou.
Partilho das críticas ao um desastrado Nobre, que se "pôs a geito" para ser, em definitivo, políticamente neutralizado. Talvez fosse isso que alguns pretendessem...


Contudo, reconheço-lhe a coragem de ter ido á luta. No hipócrita e servilista Mundo das denominadas IPSS, geralmente, como faz o amigo de Manuel Moreira (Presidente da Câmara do Marco), o Padre Maia, Presidente da CNIS, fica-se pela "pedinchisse", pela "chapelada" aos governantes, pelo tráfico de favores com Autarcas, pelo querer ter lucros dizendo-se que não os tem, pelo ser voluntário, mas ter principescos "benefícios "em espécie" (veja-se, também, o Padre Melícias, com voto de pobreza, enquanto franciscano, mas que nunca recusou os previlégio de Administrador do Montepio). Ou seja, andar no "champanhe, caviar, croquete e rissol", fazendo um enfastiado e falso esgar de sacrifício e murmurando inúmeros falsos actos de contrição...
Estes não têm, como dizem os alentejanos, "túbaros" para ir a votos na vida política nacional.
Pelo menos Nobre foi, desastradamente, sem geito, de forma menos digna.


Mas foi.
Correu-lhe mal...