quarta-feira, 30 de junho de 2010

O que falhou com Carlos Queiroz ?




Confesso-me admirador do Professor Carlos Queiroz, desde que trouxe para Portugal os únicos títulos de Campeão Mundial que podemos exibir : no Quatar, em 1997 e em Portugal em 1991. Em juniores, claro.

Depois, admirei a sua frontalidade, quando, chamado a treinar a sua geração "de ouro", então sénior, já em 1993, na fase de apuramento para o Mundial de 1994, perante a eliminação, disse que era necessário varrer a "porcaria" que havia dentro da Federação.

Hoje sabemos os nomes e os contornos, actuais, da "porcaria" : Apito Dourado, etc.

Carlos Queiroz treinou, depois, um clube, o Sporting, na aventura presidencial de Santana Lopes; perdeu, saiu, andou por África e pelas Arábias; também treinou o "dream team" do Real Madrid, onde perdeu a aposta.

Julgo que Carlos Queiroz não precisa de ganhar dinheiro no futebol; contudo, não volta as costas a um desafio, a uma aposta.

Um outro Professor (José Mourinho, treinador vindo da Universidade), nos contratos milionários que tem feito, tem uma premissa : nenhum jogador pode ter salário mais alto que o seu.

Ao optar por ser treinador da selecção nacional, Queiroz sabia que o salário mensal de qualquer um dos seus pupilos era maior que o seu.

Atletas com boa formação humana não desrespeitam um "Mister" por causa disso.

Ontem, Queiroz foi desrespeitado por uma vedeta de pés de barro, chamada Cristiano Ronaldo, que atribuiu ao treinador o dever de explicar a derrota. À boa maneira madeirense (a "escola" de Alberto João Jardim), "bate e foge", ou seja, horas depois diz que não disse o que disse; havia-o sido, semanas antes, por um "mercenário", chamado Deco, que, ontem, voltou a repetir doutas acusações ao "Mister".

Ou seja, Queiroz, tal como no Real Madrid, não soube lidar com "vedetas" que julgam que o salário permite faltas de respeito.

Que eu saiba, por exemplo, Cristiano Ronaldo não trouxe, para Portugal, ainda nenhum titulo ligado ao futebol como jogo "de equipa" (ser o "Melhor do Mundo" é individual...). Devia, por isso, respeitar quem foi, como Queiroz, bi-campeão mundial de juniores, numa geração que deu ao Mundo verdadeiras estrelas, como Rui Costa, Figo, Fernando Couto, João Vieira Pinto, Vìtor Baía, entre outros, que corre riscos de abraçar projectos difíceis e não dorme "á sombra" de vedetismos terceiro-mundistas, como, afinal, Ronaldo tem feito enquanto jogador da Selecção, onde poucas mais valias tem trazido.

Na hora da derrota, respeitemos quem já foi campeão, por Portugal, 2 vezes: o Professor Carlos Queiroz.

Sem comentários:

Enviar um comentário