sexta-feira, 24 de junho de 2011
Crónicas de Avis (IV) - Um dia com Faísca Mcqueen
Ontem foi feriado.
Fiquei em Avis, como costume, por razões profissionais.
Acordei cedo; como hábito, dei a minha volta pela Vila, li os Jornais no "café".
Acho sempre que tenho trabalho a fazer, logo, não me detive muito, na rua.
Voltei ao meu "ermitério" e vi que, na SIC, decorria o dia "D", de Disney. Falo da produtora, pois o falecido (de muito dúbia personalidade), que criou figuras que acompanharam a minha infância (Donald e os seus assexuados sobrinhos, Pateta, o inenarrável Zé Carioca, Mickey, etc), há muito é só um nome e, quanto muito, um estilo de produção.
Aí, vi dois filmes de um novo herói, que desconhecia no seu conteúdo, o "carro" Faísca Mcqueen !
Um incontornável fosso de idades faz com que o meu conhecimento de tão ilustre viatura se limitasse á sua figura, por via da minha sobrinha Sara e da minha filha Raquel, esta por causa dos seus "meninos" da Creche onde é Educadora.
Ontem, portanto, "tirei o dia" para conhecer o tal carro "Faísca Mcqueen", cujos filmes nunca havia visto.
No mesmo dia, na mesma SIC, também passaram outros heróis (Sininho, HAna Montana), mas fixo-me no "Faísca".
Gostei de ver, nos dois filmes, um personagem "carro" que foi solidário ao ponto de perder uma competição para apoiar um adversário danificado, que se apaixonou por outra viatura e a namorou com muita intensidade, que apoiou uma outra "viatura" (velha referência de corridas antigas), aceitando a sua liderança, que mantinha amizade profunda com máquinas agrícolas, logo, menos "qualificadas", que o apoiam no seu sucesso, etc.
No fundo, tudo valores civilizacionais positivos e "aprendíveis" nos filmes indicados, que, assim, aparentemente, passariam ás crianças.
Logo, parece-me que o exagero está na "deriva mercantil" que se faz desses personagens, promovendo a sua figura, mas não os valores que incorporam. Para as crianças, é importante, se calhar, ter o "Faísca" (como brinquedo), como bem "de posse". Porque, depois, ninguem faz a criança associar, ao "boneco", os valores que ele corporiza nos filmes.
Foi bom passar um dia com o "Faísca Mcqueen"; confesso que o horário dos filmes regulou o meu dia, as minhas idas ao café, os meus momentos de trabalho, mesmo se era feriado.
Lembrei-me da velha frase final das histórias da minha infância : "A moralidade que se tira desta história é que..."....
Não sei se foi essa a intenção dos produtores, mas o "Faísca Mcqueen" mostrou-me, á sua maneira, como um Mundo Novo é possível, através da solidariedade, do exercício dos afectos, da valorização do outro, como igual, independentemente da sua "cilindrada".
Já agora, para o póximo Natal, alguem me ofereça um "Faísca Mcqueen"...
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