quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crónicas do Marco (II) : Afinal tenho ancestrais marcoenses...




Nunca fiz do local de nascimento ou das raízes familiares um sinónimo de legitimidade na "pertença" a um local.
A minha vida pessoal e profissional sempre me fez chamar "minha" á terra onde, naquele momento, vivo ou que, pela via da acção cidadã, adopto..
Assim tem acontecido com Marco de Canaveses, desde 2007.

Estava, contudo, longe de saber que tinha uma tia-avó marcoense !

De facto, já no fim da sua vida, a minha falecida Mãe dizia-me : "Então está no Marco...; olha que tivémos lá família!". Confesso que atribuia esta afirmação a alguma confusão geográfica, fruto de alguma fragilidade mental derivada do seu estado de saúde. Sabia, contudo, que família do meu Avô materno, mormente os irmãos e irmãs, se tinham espalhado, na sua vida comercial, pelo Norte e Centro do País; o meu Avô chegou, na década de 20 do passado século, a residir no Porto, na Rua de S. Nicolau, tendo, mais tarde, ido para Évora, onde se fixou, em definiivo, como ourives e relojoeiro.

Após o falecimento de minha Mãe, em Novembro de 2009, ao arrumarmos os seus muitos documentos epistolares, descubro, com espanto, o blilhete postal de Natal, que reproduzo acima, datado de 10 de Dezembro de 1941, com um carimbo dos Correios de Marco de Canavezes.
A remetente chamava-se Ilda Simões e indica, como morada "Vila Boa do Bispo, Marco de Canavezes"; as Boas Festas são enviadas à minha Avó materna, Francisca Dias Simões (residente em Évora), que era casada com um irmão da dita Ilda, o meu Avô Vitorino Simões.
Apurei que a essa minha Tia-Avó Ilda casou com um marcoense de Vila Boa do Bispo (cujo nome desconheço, mas de apelido Teixeira)e que emigraram, depois, para o Brasil, onde ainda vivem os seus descendentes; soube, ainda, que a minha Tia-Avó acabou por regressar sózinha ao Concelho do Marco, separada do marido, onde faleceu nos finais dos anos 60 do século XX.

Repito: saber que tenho ancestrais marcoenses em nada acresce o sentir-me, desde que fiz a escolha de o ser, marcoense por opção.
Mas sempre me dá algum conforto, até por ser uma coincidência feliz...

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