quarta-feira, 20 de julho de 2011

Crónicas do Marco (III) - Um eterno, mas sublime, desencanto


Na minha actual "comissão de serviço" no Alentejo, mormente em Avis, tenho, muitas vezes, saudades do Marco. Porque é lá que continuo a viver, onde tenho a minha casa e muitos afectos, alguns construídos desde que comecei a lá ir, em Novembro de 2006.

Não que me faltem causas, valores, objectivos que me preencham, no meu "ermitério" profissinal actual, de Avis: cerca de 70 pessoas, de várias idades e condições, encontraram, em actividades que vulgarmnte têm o substantivo "formação", um novo alento para serem, sobretudo, socialmente activos.
E são ! Vão nascendo, fruto da tal "formação", uma Universidade Sénior, um Banco de Voluntariado, um grupo de teatro amador (com 2 encenações, uma com fantoches, que fará história, aqui), um serviço de guarda de crianças...
E começou-se em Março. Numa instituição de raiz católica que, desde sempre, sabe que eu não posso ser católico. É claro, com uma Câmara que "permite" que isto aconteça, num Município gerido por uma maioria que sabe que eu nem comungo da sua cor política, mas que acolhe, apoia e deixa que façamos o nosso trabalho, que aprecia e, até, elogia.
"I love this game", como era lema da NBA.

Recordo a minha chegada ao Marco; a sobranceria e desprezo com que a Câmara de Manuel Moreira acolheu uma iniciativa de divulgação,em primeira mão, em Novembro de 2007, do QREN e dos seus apoios á acção social : após a sessão de abertura, Manuel Moreira e as suas "seguidoras", talvez por tudo saberem já sobre o tema, foram embora, não assintindo ás comunicações...; detesto quem julga que já sabe tudo , para esconder a sua incompetência !

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

O mesmo Manuel Moreira, teve a ousadia de, na minha ausência, fazer insinuações sobre a minha pessoa, em plenário da Rede Social, em Maio de 2008, e convidado a colocá-las em acta, não o fez...; detesto a arrogância dos cobardes !

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

O mesmo Manuel Moreira Moreira teve a pouca vergonha de comentar, junto de pessoas com quem colabarei, em dislate muito recente, que "ainda bem que ele se foi embora"...;detesto xenófobos, mesmo que educados!

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

Na Regão do Tâmega vivi, também, algo que nunca, com a minha vida e curriculum, alguém me tinha feito : oferecer os meus serviços a uma poderosa associação de desenvolvimento e não ter tido qualquer resposta, nem sequer ter sido convidado para uma entrevista. Perdão! Tive...; mandaram-me um "recado", por terceira pessoa, dizendo que eu tinha competências a mais, que "aquilo" não era bem á minha medida, mas, sobretudo, que eu era muito polémico e Manuel Moreira fazia parte dos Orgãos Sociais...; detesto estatutos de servidão, por mais qualificada que ela seja!

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

No Marco, já militante do PS, porque disse o que pensava, fui segundo suplente na lista para a Assembleia Municipal, nas últimas Autárquicas, nas listas do PS, porque, ao que dizem, sabe-se lá porquê, se eu fosse em lugar elegível, outros recusariam integrar as mesmas listas. Enfim, uma "lepra social" de que serei portador....; acontece que disputo eleições desde 1991, sempre em lugares elegíveis. Detesto democracias servis...

Mas continuei a gostar do Marco, por isso lá continuo...

Gosto, pois, do Marco : do café "Jocar" do Senhor Felix, do café Central do Senhor Alberto, do café "Pé de Vento" no Edifício Sonae; no mesmo edifício, do "7 ás 7" do Senhor Camilo;do Estádio e do piso sintético onde jogam as camadas jovens; do clube de patinagem; das salas de cinema, mesmo se vazias; dos taxistas em geral; da Alameda e dos seus cafés; de ver ruas com gente, de ver gente no Modelo, nos "Gémeos Ferreira", de ouvir uma rádio deplorável e de ler um jornal sem linha editorial; sobretudo, gosto do Marco porque é um Concelho pelo qual vale a pena combater pela mudança. E porque escolhi esse combate.

Por isso no Marco continuarei.
Mesmo se sinto um enorme desencanto, mas que, próprio de quem ama algo, se sublima.

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